Quem somos

 

Na Agência Funerária Velhinho, Funerária que presta serviços funerários na grande Lisboa, Cascais, Amadora, Sintra, Odivelas, Loures, Estoril e Pontinha encontra todo o acompanhamento que precisa para prestar a última homenagem a um ente querido que partiu. Prestamos vários serviços funerários com o rigor, dignidade e honestidade que se exige a um momento tão solene.

 

Além dos preparativos fúnebres propriamente ditos, a Agência Funerária Velhinho pode ajudá-lo também no processo pós-funeral, nomeadamente na preparação da documentação necessária ao recebimento de compensações e subsídios do Estado.

Agência Funerária Velhinho

Histórias daqueles que o vírus não pode parar (IV)

“É inglório. Por vezes, chego a casa e choro”

“A pandemia alterou a forma como se vive e, em alguns casos, até como se morre. Que o diga Artur Palma, gerente da Funerária Velhinho, na Amadora, que admite “nunca ter imaginado passar isto”. Nem o convívio diário com a morte, anos a fio, o soube preparar para este desafio: o de enterrar os mortos à distância fria de um caixão fechado, sem direito a despedidas ou cerimónias fúnebres.

 

Com as notícias da aproximação do vírus, foi necessário, antes de mais, reunir “todo o material indispensável possível”. As máscaras, luvas, toucas para o cabelo e fatos especiais. “Adquiri todo o equipamento quando isto começou, mas agora, quando preciso de reforçar o stock, as coisas tornaram-se mais difíceis. Há menos oferta e os preços aumentaram de forma exorbitante”, lamenta o agente funerário. “Antes, um conjunto de cem toucas para o cabelo custava dois euros. Hoje, são dez”, diz.

 

O medo faz agora parte seu do dia-a-dia. Tal como a tensão, sempre presente, quer se trate de uma vítima mortal por covid-19, ou por outra doença qualquer. “Neste momento, são todos suspeitos e quem está na linha da frente tem de ter cuidado”.

É essa suspeição que fere fundo a alma de Artur Palma, habituado a abrir o seu coração e a ceder o ombro solidário aos familiares e amigos de quem enceta a derradeira viagem. “Somos como psicólogos para quem nos procura, os primeiros a tentar a ajudar quem perdeu um ente querido, através das nossas palavras”, afirma. Um papel que a pandemia desfez. “Como podemos cumprir essa missão com um vidro a separar-nos e de máscaras no rosto?”, questiona. Artur Palma sente-se “condenado” e “injustiçado”. E sente-o mesmo na pele, quando, por vezes, chega a hora de explicar a familiares que “já não é possível abrir o caixão, e não podem voltar a ver ou despedir-se de quem morreu”.

 

Alguns clientes revoltam-se. Contra a doença e a morte. Contra o mundo e o agente funerário. O único rosto que se dá a conhecer antes da última morada. “É um trabalho inglório”, que alguém tem de fazer, mas que, confessa Artur Palma, o tem feito sofrer como nunca julgou ser possível. “Por vezes, chego a casa e não consigo suster as lágrimas”.

 

Fonte: Jornal i